BEATRIZ BULLA, DAYANNE SOUSA E GABRIELA LARA - Agência Estado
O economista e pesquisador em economia da educação Gustavo Ioschpe afirmou nesta terça-feira, 19, que a deficiência educacional do Brasil já se reflete no mercado do trabalho e que o País deve traçar um plano de ação se não quiser perder mais competitividade no longo prazo. "Se entendemos que a educação é um ativo estratégico para a competitividade brasileira e vemos que o sistema de ensino não vai bem, temos de apontar diagnósticos", disse durante sua palestra no Fórum Estadão Competitivo "Educação e mão de obra para o crescimento".
Ioschpe citou a taxa de matrícula do Brasil em ensino superior, que ainda está abaixo de muitos países emergentes, e disse que o problema da educação brasileira é de qualidade, não de quantidade. "Isso é uma constatação infeliz, porque é mais difícil solucionar problemas qualitativos. Aumentar o volume de investimento em educação no Brasil não vai resolver", relatou.
De acordo com o economista, a chave das deficiências do setor é aquilo que acontece dentro de sala de aula. "Qualquer mudança que não altere essa relação entre professor e aluno irá se mostrar ineficaz para resolver os desafios brasileiros em educação", afirmou. Segundo ele, gastar mais em educação, nesse sistema atual, servirá apenas para perpetuar o problema, e não resolvê-lo.
Para avançar na geração de mão de obra qualificada no Brasil, Ioschpe afirmou ser necessário melhorar a oferta de educação com base em um tripé que engloba formação de professores, práticas de sala de aula e qualificação de diretores escolares. Além disso, ele defendeu uma maior informação por parte das famílias.
No evento, ele apresentou uma proposta de que todas as escolas brasileiras informem na entrada a avaliação que receberam no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e aproveitou a presença do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para pedir apoio do governo federal na aprovação de uma lei nesse sentido.
Fonte: Estadão.
Fonte: Estadão.
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