Os professores do Rio Grande do Norte têm a pior remuneração do país, segundo pesquisa sobre os profissionais da educação das redes estaduais do Brasil realizada pelo Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc). Em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o levantamento aponta a necessidade de adequação à lei do piso nacional de magistério.
O levantamento reuniu dados a respeito do salário-base e da remuneração bruta - incluídas gratificações - de professores iniciantes na carreira que trabalhem por 40 horas semanais. Em valores brutos, os trabalhadores em educação potiguares têm o nível mais baixo, de R$ 1.157,33. Nessa comparação, a média mais alta é de Roraima (R$ 4.047,49).
Considerando apenas o salário-base, o Distrito Federal lidera (R$ 3.953,04). Como os docentes não contam com gratificações, esse valor coloca a capital federal na segunda posição geral. O menor salário-base está no Rio Grande do Sul (R$ 770,64). Somados bônus, o estado dobra o valor pago (R$ 1541,28) e fica em 21º .
O estado mais bem colocado da região Sudeste é o Espírito Santo, com R$ 2.647,44. São Paulo, estado que conta com cerca de 225 mil profissionais ativos, é o 17º na lista (R$ 1.844,90). A posição dos professores paulistas pode ser modificada em breve, com o início do pagamento do reajuste de 42,2% escalonado em quatro anos, começando em 2011. O salário deve chegar a R$ 2.368 até 2014.
Na antepenúltima colocação estão os professores do Rio de Janeiro, em greve há mais de um mês por aumento de 26%. Atualmente, a remuneração dos profissionais, com bônus, é de R$ 1.220, na retaguarda da lista no sudeste.
Atrás dos fluminenses aparece Pernambuco, com a segunda pior remuneração, de R$ 1.209.
A hora-aula varia de R$ 5,79 (Rio Grande do Norte) a R$ 20,24 (Roraima). Dentro de uma mesma região, a maior diferença de remuneração se encontra no Centro-Oeste. Enquanto o professor de Brasília recebe R$ 3.953,04, o de Goiás leva R$ 1.525,18. Apesar disso, a região obteve a melhor média regional (R$ 2.427,86). A pior é do Sul (R$ 1.701,50), por ter o menor salário-base registrado: R$ 770,64.
Paralisação pelo piso
A CNTE convocou as entidades filiadas a participar de uma paralisação nacional em 16 de agosto. O objetivo da articulação é a cobrança pela implementação da Lei do Piso nos estados. A reivindicação é que, apesar da sanção em 2008 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alguns estados ainda não seguem a lei. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a norma constitucional em abril.
Por isso, a confederação defende que o processo de negociação com os governos deve se iniciar com o valor de R$ 1.597,87. "Isso (o descumprimento da lei) causa um problema, um tensionamento desnecessário e só atrasa os passos iniciais para que a gente possa entrar no rumo de um país com educação pública de qualidade", avalia Roberto Leão, presidente da CNTE.
O cumprimento do pagamento do valor do piso pelas jornadas de trabalho instituídas nos planos de carreira serão reivindicadas na mobilização, segundo Leão. "É deseducador, do ponto de vista da cidadania, que os governos estejam promovendo e encontrando subterfúgios para descumprir a lei", disse. (Portal Vermelho)
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