Representar o Brasil e debater políticas para a juventude fazem parte da missão dada a 27 jovens brasileiros selecionados para compor a delegação brasileira no Parlamento Juvenil do Mercosul (PJM). Cada unidade da Federação será representada por um estudante de escola pública, com mandato de dois anos.
O PMJ promove a participação e a integração de estudantes do ensino médio público dos países-membros do bloco — Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Espaço de encontro e diálogo entre os jovens, o parlamento destina-se a alunos com idade entre 14 e 18 anos para o debate de temáticas de interesse comum, com foco na formação política e cidadã. Entre os temas a serem debatidos pelos novos representantes estão inclusão educativa, gênero, jovens e trabalho e direitos humanos.
Para a estudante Clécia Karen, 16 anos, representante do Acre, a expectativa é atuar da melhor forma possível, com trabalho em equipe, para desenvolver, nas partes teórica e prática, os principais eixos temáticos. “Meus objetivos no Parlamento são desenvolver cada eixo e propor soluções na elaboração de projetos e conferências” disse. “Pretendo representar da melhor forma possível o nosso país no encontro do Mercosul, em agosto na Argentina.”
Alexandre Kleydson, 17 anos, do Piauí, ressalta a importância de representar o Brasil e os estudantes de seu estado. “Para nós, estudantes, é importante tratar do desenvolvimento da educação e do ensino médio que queremos”, afirmou. É o mesmo caso do representante do Maranhão, Bruno de Sousa Nolêto, 15 anos, que pretende lutar pela melhoria do ensino médio e para torná-lo acessível a todos. “O verdadeiro objetivo é realmente mudar a educação, universalizá-la, de modo que todos possam desfrutar dos conhecimentos em geral”, disse.
Participar de uma experiência parlamentar não é novidade para Yan Busquet Braga, 16 anos. No ano passado, ele participou do Parlamento Jovem do Rio de Janeiro. Assim, foi convidado a integrar o PJM. “Acredito que todo o jovem tem o direito a participar das mudanças da sua comunidade e de sua escola”, afirmou.
Para atuar como parlamentares, os jovens participaram, na quinta-feira, 17, e nesta sexta, 18, em Brasília, do 1º Encontro de Formação do Parlamento Juvenil do Mercosul. Eles receberam orientações sobre a participação no encontro prévio do PJM, em agosto próximo, na Argentina. No país vizinho, será elaborada declaração que servirá de base para o Parlamento Juvenil no biênio 2014-2016.
Desafio — Os eleitos foram recebidos nesta sexta-feira, 18, pelo ministro da Educação, Henrique Paim. Ele destacou a importância da participação de cada um no parlamento e para o desenvolvimento dos países do Mercosul. “Temos de trabalhar muito para melhorar a educação no país”, disse o ministro. “O desafio é ter um ensino médio mais flexível, que permita a vocês, a partir do ensino médio, melhorar a educação profissional no Brasil.”
Segundo Paim, o avanço dos jovens brasileiros depende do avanço educacional. “E a maior expressão dessa mudança são as inscrições para a prova do Enem” afirmou. “Estamos avançando nessa direção e podemos avançar ainda mais.”
Seleção — Os parlamentares foram eleitos durante encontro nacional, em Gramado (RS), em junho último. Nas etapas anteriores, estaduais, as secretarias de Educação promoveram encontros nos quais cada uma selecionou três estudantes — um do sexo masculino, um do feminino e um que representasse a diversidade brasileira, escolhido entre negros, indígenas, moradores de comunidades populares ou áreas rurais ou pessoas com deficiência. Em votação, os estudantes escolheram um representante por unidade da Federação.
De acordo com a coordenadora do Rio Grande do Norte, Vera Reis, o trabalho de coordenação em cada unidade federativa esteve centrado principalmente na divulgação do programa e no esboço dos critérios de seleção. “A maioria dos estados optou por uma redação sobre o tema O Ensino Médio que Queremos”, disse. “Depois, os estudantes selecionados falaram sobre o tema Por que eu Quero ser Parlamentar no Mercosul.”
O estudante Estevão Nogueira, 17 anos, que representa a diversidade brasileira, faz parte da etnia Kokama, do Amazonas. Ele tem a expectativa de demonstrar a verdadeira realidade das comunidades indígenas existentes em todo o território brasileiro. “A liberdade de expressão demonstra a cultura, o talento dos indígenas dentro dos projetos político-educacionais, fazendo com que eles sejam valorizados e respeitados”, enfatizou.
Assessoria de Comunicação Social
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