O médico Rafael Marcondes Gonçalves Leite, de 31 anos, foi o primeiro colocado na Fuvest 2007 em Medicina. No mesmo ano em que foi aprovado, se formou em Farmácia, também pela Universidade de São Paulo (USP).
Leite sempre estudou em escola pública. Fez o ensino médio na Escola Estadual Doutor Carlos Augusto de Freitas Villalva Júnior, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo. “Não era o tipo de aluno inteligente, com Q.I. alto, mas me esforcei muito.”
Antes de ser aprovado em Farmácia, ele fez um ano de cursinho, no Objetivo. Ainda na primeira graduação, chegou a fazer estágios em grandes indústrias, como a farmacêutica Medley, mas descobriu que queria mudar de profissão para atender as pessoas que precisavam de ajuda. Ele conta que a irmã mais velha, médica formada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi uma das grandes inspirações para a mudança de carreira.
Nos três últimos anos do curso de Farmácia, Leite prestou vestibular para Medicina. No primeiro, sem estudar, passou para a segunda fase. No segundo, não passou por poucos pontos - ficou entre os 200 primeiros colocados.
“Aí tive certeza de que deixar de trabalhar para estudar para o vestibular valia a pena”, diz. No último ano, voltou para o cursinho e conquistou o primeiro lugar na graduação que almejava.
“Se eu não tivesse passado naquele ano, teria desistido, porque não ia ter coragem de ficar sem trabalhar por mais tempo”, explica.
Ele terminou a segunda graduação em 2012 e, neste ano, começou a residência em Oftalmologia no Hospital das Clínicas. No entanto, precisou trancá-la porque foi convocado para servir o Exército, como médico.
Para quem quer cursar Medicina, Leite aconselha: tem de estudar e acreditar que cada questão pode definir a entrada no curso. “É um sonho possível até mesmo para quem faz escola pública”, conta o médico.
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