quinta-feira, 21 de março de 2013

Contadores de Histórias Humanescentes



Somos contadores de histórias
Mambembes, viajantes, somos peregrinos.
Narramos os sonhos e os desatinos
Somos viajantes das velhas memórias
Ouvimos, contamos, cantamos histórias
Em versos ligeiros queremos cantar
Num som de repente para encantar
Nós somos amantes do pó, da cultura.
Nós temos no sangue a arte mais pura
Cantando galope na beira do mar
Cantando galope na beira do mar
Dorinha Timóteo


O Grupo de Contadores de Histórias Humanescentes teve início em 2004, a partir de leituras mais aprofundadas sobre a arte de contar histórias. É composto por sete componentes, sendo: uma contadora de histórias, um cantor, dois violonistas, uma violinista, um baterista e um contrabaixista. No Show de Contação de Histórias além de contar e cantar histórias o grupo proporciona uma viagem pelos brinquedos e brincadeiras infantis, lendas locais, danças folclóricas, poesias, cantigas de roda e cantigas de ninar, contos tradicionais; teatro de boneco; poesia brasileira, infantil e popular.
Esses shows acontecem em escolas, praças, canteiros, seminários, feiras de livros, festivais de literatura e outros espaços culturais que têm como objetivo divulgar, estimular e valorizar a cultura popular. Além da apresentação do espetáculo de contação de histórias, o grupo desenvolve oficinas de contação de histórias, palestras e cerimoniais de eventos de cultura popular. Atua como mediador de encontros com educadores e com alunos em escolas públicas e privadas. Ministra ateliês e oficinas de literatura.
Todo o trabalho dá ênfase à cultura brasileira e, sobretudo, à cultura potiguar. Tendo como objetivo primordial difundir a cultura local. Além de promover o conhecimento da herança cultural; criar e fortalecer o prazer e hábitos de leitura; criar espaço para troca de informações, leitura, conhecimento e desenvolvimento de atividades de arte e cultura; despertar e difundir a cultura popular; estimular a formação cidadã e humanescente.
O Grupo de Contadores de Histórias Humanescentes estão na estrada, cantando, contando histórias, recitando e dançando as cirandas que fazem daRegião Nordeste um palco Pluricultural.
O momento da contação de histórias serve como fio condutor que desperta do inconsciente as emoções e sentimentos adormecidos, provocandosensações de alegria e prazer. Nesse sentido, o contador de histórias é a ponte que liga o real ao irreal, o inconsciente ao consciente. O contador dehistórias é a figura inspiradora do despertar dos sentimentos aninhados na memória dos ouvintes que compõem a plateia. 
Contar histórias é envolver o outro numa teia de amor e generosidade.
A contação de histórias permite viver intensamente a vibração humanescente do devaneio, da criatividade e da imaginação. Sou contadora de histórias há mais de dez anos e tenho experimentado vibrações diversas, humanescentes, transformadoras e reveladoras de novos caminhos junto à plateia que me acolhe. São momentos singulares que nos levam ao êxtase da beleza estética, nos brindando com a revelação de um aprendizado sempre recriador e renovador da alma.
O contador de histórias que é uma figura extemporânea, que consegue viajar por tempos idos e por vir, movimentando todos ao seu redor, libertando-os e ao mesmo tempo mobilizando-os rumo a uma viagem cheia de desafios e sensações que são experimentadas por cada viajante que se permite mergulhar no fascínio das descobertas que a história oferece, pois, “[...] a arte é filha da liberdade e como tal eleva seus viajantes rumo ao infinito, deixando-os serem legislados pela necessidade do espírito não da matéria” (SCHILLER, 2010 p. 23). Com uma performance estética, o contador de histórias, de maneira prazerosa, ao mesmo tempo que seduz seus ouvintes, vai proporcionando ensinamentos “O sentimento educado para a beleza refina os costumes” (SCHILLER, 2010, p. 51). Assim, viajando na beleza da arte de contar histórias, os passageiros deste trem, ouvem e contam belas histórias, reconhecendo-se nelas.

“Sou filha de um contador de histórias. Meu pai, maquinista de trem, vivia viajando e quando voltava, contava-nos belas histórias vividas por ele ao longo da viagem. Como lembra Benjamim (1975): “Um dito popular alemão afirma que ‘quem viaja tem muito a contar’”. Assim, meu pai sempre tinha belas histórias para contar. Com ele aprendi a alegria de compartilhar com os ouvintes as belezas de histórias por mim experienciadas e comunicadas a todos que se envolvem com um momento singular de contação de histórias.”
(Fragmento da Dissertação de Mestrado de Dorinha Timóteo).
http://www.projetospedagogicosdinamicos.com

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