Rio de Janeiro - Além do sistema de metas baseado no resultado do Ideb, em que o objetivo de melhoria é calculado individualmente para cada escola da rede, a prefeitura do Rio de Janeiro instituiu em 2009 o Prêmio Anual de Desempenho – pago a todos os funcionários das escolas que alcançarem os objetivos de melhoria.
De acordo com a secretária de Educação, Claudia Costin, diferente de outros países que premiam professores, a opção foi por reconhecer o trabalho de equipe. “Se tem uma área em que o trabalho de equipe é decisivo é a educação. Então nós decidimos fazer um prêmio em que toda a comunidade escolar é reconhecida.”
O prêmio corresponde a um salário extra para toda a equipe e é pago para todas as escolas que ultrapassam as próprias metas, com o desempenho comparado apenas ao da própria escola. Este ano, 595 escolas da rede receberão o décimo quarto salário no início do segundo semestre, o que corresponde a 62% da rede.
A diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscilla Cruz, afirma que esse tipo iniciativa é muito válida. “É muito importante ter um incentivo para o trabalho coletivo da escola, o que também favorece a colaboração de todos os profissionais que trabalham na escola, você ter o trabalho coletivo valorizado.”

A diretora da instituição, Maria Joselza Lins de Albuquerque, afirma que a premiação da prefeitura incentiva o trabalho de toda a equipe. “Todo ser humano é envolvido em trabalho e verba. Claro que a gente não vai dizer que o dinheiro não seja importante, claro que é. Ele [o professor] trabalha bem, ele chega lá no segundo lugar e ainda recebe uma verba de mais um salário e meio. É um prêmio.”

O Ciep Pablo Neruda atende crianças a partir dos 2 anos de idade até o sexto ano experimental, com um professor dando todas as matérias, no lugar do modelo tradicional onde cada professor cuida de uma disciplina.
No Ciep Maestro Heitor Villa-Lobos, em Santa Cruz, também na zona oeste, o trabalho foi se recuperar de uma queda em 2009, depois de ter alcançado a meta em 2007. De acordo com a diretora, Luzinete Costa dos Santos, a solução foi trabalhar muito e pedir ajuda.
Também participante do Escolas do Amanhã, a diretora buscou projetos como o Líder em Mim, dos Estados Unidos, e conversou com os professores e pais dos alunos, para identificar as necessidades de cada criança. A premiação também serviu de incentivo.
Para ela, o segredo da educação de qualidade é a integração na equipe e o entendimento de todo o contexto da criança. “Uma coisa que ajudou muito foi os pais compreenderem que a escola tinha uma missão: vencer as dificuldades da região. E que eles precisavam ajudar, e eles então passaram a não deixar a criança faltar aula.”
Estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apontam que os bons resultados no Ideb são alcançados com as práticas que envolvem toda a comunidade escolar, como a valorização e formação dos professores, projetos de educação em tempo integral e atenção individual do aluno.
Edição: Talita Cavalcante
Fonte: Agência Brasil.
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