quinta-feira, 21 de julho de 2011

Lousa digital

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Lousa digital

O avanço das tecnologias mudou tudo, inclusive o jeito de ensinar. Mas incluir atividades digitais como instrumento pedagógico, equipar as escolas com computadores e propiciar acesso à internet ainda são desafios nas escolas públicas do país. Entre as experiências bem-sucedidas, conheça três projetos que mostram como é positiva e necessária a inserção virtual na educação

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Patricia Bernal - edição Cecilia Reis
Revista Bons Fluidos - 06/2011
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Definitivamente, não basta ter um quadro-negro, giz, carteiras e livros na sala de aula. Esses elementos já não são suficientes para educar e prender a atenção dos alunos. "Crianças e adolescentes estão ávidos pelas tecnologias digitais. Vivem imersos nelas. Deixar de incluir no currículo escolar uma linguagem que faz parte do dia a dia deles desestimula a aprendizagem", afirma Sonia Bertocchi, mestre em gestão e produção de educação a distância, na Universidade Carlos III, de Madri. Modificar a estrutura de ensino que há décadas permanece engessada nas escolas, no entanto, é tarefa das mais complexas. "No mundo todo crescem as discussões sobre como inserir essas tecnologias na educação e, ainda, em que medida elas podem melhorar a qualidade do ensino", diz o professor Sérgio Gotti, diretor de formulação de conteúdos educacionais do Ministério da Educação (MEC).

No Brasil, o que se fez até hoje representa um tímido começo. A partir de 1997, o Ministério da Educação (MEC) começou a distribuir computadores na rede pública de ensino, por meio do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo). Mas, de lá para cá, apenas 41% das escolas foram equipadas. Diante da crescente demanda, no ano passado, o MEC conseguiu, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), um crédito de 650 milhões de reais para que governos municipais e estaduais pudessem adquirir computadores. Funcionou. Em apenas um ano 150 mil notebooks foram comprados. "Porém, não adianta apenas distribuí-los nas escolas sem preparar o professor para utilizá-los pedagogicamente", afirma Gotti.

Justamente por isso, a partir de 2008, o ProInfo assumiu a tarefa de oferecer cursos que ensinem os educadores a dominar essas tecnologias e, principalmente, que os estimulem a usá-las em sala de aula. Muitos ainda preferem continuar "depositando" conteúdo nos estudantes sem buscar qualquer interação. "Se a atitude desse professor não mudar, mesmo que ele adote os meios digitais, vai usá-los de forma inadequada, reproduzindo no computador a velha prática de copiar e colar que usava nos livros", diz Jaciara de Sá, doutoranda em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro Redes e Comunidade, Ensino - Aprendizagem pela Internet (Instituto Paulo Freire).

Equipamentos e boa vontade de professores e diretores são um ótimo começo, mas não bastam. É necessário dar às escolas acesso à banda larga, mais rápida do que a internet discada, que ainda prevalece na rede pública. Segundo Sérgio Gotti, apenas 29% das escolas do país possuem acesso à internet. A maioria dos alunos continua acessando a rede de casa ou das lan houses, o que significa risco de receber informações incorretas e fazer mau uso do sistema.

Em meio a tantos obstáculos, é um alento conhecer alguns projetos que provam como é possível realizar essa transição a um custo razoável e com lucro certo. São histórias emocionantes que merecem aplausos.

MINHA TERRA
Imagine alunos virando "repórteres" e professores atuando como "chefes de redação" dentro de uma escola! É isso o que acontece na comunidade virtual Minha Terra, um projeto lançado em 2007 pelo portal EducaRede, voltado à educação e à inclusão digital da Fundação Telefônica, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Comunicação, Cultura e Ação Comunitária (Centec).
http://planetasustentavel.abril.com.br

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