Rio de Janeiro – O presidente da União Nacional dos Estudantes
(UNE), Daniel Iliescu, comemorou a decisão de hoje (30) da presidenta
Dilma Rousseff de destinar 100% dos royalties futuros do
pré-sal para a educação. De acordo com ele, o veto parcial ao Projeto de
Lei 2.565/11 é uma vitória estratégica para o Brasil.
“Todo o desafio para desenvolver o país, para enfrentar as
desigualdades, na nossa opinião ganhou um passo decisivo no dia de hoje.
Porque o impacto que a destinação dos royalties, em
100% e ainda 50% do Fundo Social, do pré-sal para a educação vai poder
implicar que na próxima década o Brasil enfrente, com muito mais força,
desde o problema do analfabetismo até o problema da nossa soberania
científica e tecnológica, desde valorizar o salário do professor até
ampliar o número de vagas nas universidades. Então, [a medida] tem um
alcance muito grande”.
Iliescu lembra que essa foi a principal luta do movimento estudantil
nos últimos quatro anos, com diversos congressos, jornadas de luta,
passeatas e a manifestação no Congresso Nacional, em 26 de junho, quando
foi aprovado o Plano Nacional da Educação (PNE) que destina 10% do
Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. O presidente da UNE diz
que, com a decisão de hoje, a riqueza será canalizada para uma
prioridade nacional.
“Decisão da presidenta Dilma foi muito sensata, porque não é uma
decisão que privilegia uma área em detrimento de outra. Ela fez o
investimento mais virtuoso. Cada real investido em educação a gente sabe
que reverte muito em cultura, em saúde, em tecnologia, em segurança
pública, em prevenção de droga e por aí vai. Apostamos muito que os
efeitos da decisão da presidenta estão, talvez, entre as principais
medidas que o Brasil adotou nos últimos 20 anos”.
Iliescu lembrou que há 60 anos a UNE foi uma das principais vozes da
campanha O Petróleo É Nosso, que resultou na criação da Petrobras. “O
debate do petróleo é uma marca na história da UNE”, disse, destacando a
importância de se discutir as riquezas naturais do país.
“A história dos recursos naturais do Brasil é uma história de
apropriação de uma pequena elite e da venda desses recursos para o
exterior. Ocorreu assim como pau-brasil, com a cana-de-açúcar, com o
ouro e as pedras de Minas Gerais, com o café. E não ocorreu assim com o
petróleo, porque em dois momentos, na década de 1950 e agora, os
estudantes, alinhados com outras opiniões, conseguiram liderar um
movimento na sociedade brasileira de debater o uso do petróleo”.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.
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