A professora Vera Lúcia Pereira dos Santos, doutora em Língua Portuguesa e em Linguística,
oferece dez dicas para que o estudante faça uma redação que venha ser bem
avaliada pelos especialistas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
1º. Organizar as idéias antes de começar a escrever. Fazer
um roteiro do texto e segui-lo. Partindo da situação-problema oferecida na
prova, redigir material com fatos e argumentos para defender sua opinião sobre
o tema e possíveis soluções para a questão proposta.
Professora Vera Lúcia Pereira dos Santos |
2º. Cuidado com a gramática. Escrever de modo lógico e
objetivo. Ficar atento à concordância verbal e nominal, saber acentuar,
conhecer os preceitos da ortografia e ter habilidade com conectivos, pronomes e
verbos.
3º. Evitar períodos longos e usar expressões como “eu acho”
e “eu penso”. Fazer as frases leves e curtas, sem inversão de sequência de
dados e opiniões, usando linguagem simples.
4º. Saber cercar-se de fontes. O estudante pode manejar uma
coletânea de textos, que deve ser usada somente como referência para encaminhar
seu próprio texto, mas sem transcrever frases alheias. A redação precisa ter
autonomia em relação à proposta, ou seja, deve ser compreendida até por um
leitor que desconhece o tema da prova.
5º. Conciliar tema e proposta. Seja que for a opinião, ela
tem que ser defendida com sensatez. Leia atentamente o que é proposto, avalie
os conceitos e os argumentos em contrário. Mostre que compreendeu o tema e que
sabe contextualizá-lo, de forma crítica e reflexiva, em um texto em prosa,
claro e coerente.
6º. Evitar
fórmulas prontas. Há redatores que colecionam fórmulas mágicas e técnicas em um
amontoado de efeitos que levam a um texto pífio ou sem noção de autoria.
Utilize termos que sejam adequados ao seu tom e não tente usar expressões
eruditas para impressionar os avaliadores. Seja simples e direto.
7º. Ter estilo próprio. É importante que a redação
tenha um rosto, por meio do qual se vislumbre um estilo por parte do redator.
8º. Enriquecer seu próprio repertório. É essencial
se manter atualizado sobre os principais fatos.
9º. Título e tema devem estar em sintonia. É comum
desvirtuar o tema proposto quando o vestibulando coloca um título sem relação
com o mote e discorre sobre outro assunto. Se houver necessidade de título,
coloque-o depois de elaborar o texto, sintetizando o que foi dito ao longo da
redação.
10º. Utilize a norma culta prioritariamente. Fuja
das abreviações do "internetês", das marcas de oralidade como
"né" e "ok" e de equívocos insistentes como
"mortandela", "rúbrica" e "perca" (em vez de
"perda").
Segundo Vera Lúcia
Pereira, os dois maiores vilões de uma redação, em que a oralidade não deve
predominar, são os modismos e os clichês. "No primeiro, incluo expressões
ou hábitos, modo de falar admitido pelo uso de uma língua, com caráter
passageiro, nem sempre contrário à norma culta. Já em clichês estão as frases
feitas e os vícios de linguagem, caracterizados pela durabilidade. Ambos têm em
comum a repetição, o fato de empobrecer o vocabulário e denotar falta de estilo
próprio. Então, devem ser evitados", aconselha a professora.
FONTE: ANOTE RN.
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