A produção literária brasileira, para falar mais de mercado editorial
do que a produção de textos e da literatura em si, nunca cresceu em
velocidade tão grande. Segundo estimativas, o Brasil produz cerca de 55
milhões de livros a mais do que se comercializa anualmente.
O mais recente Censo do Livro, divulgado pelo Sindicato Nacional dos
Editores de Livros (Snel) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL),
aponta que o Brasil tem cerca de 750 editoras ativas, 498 delas
enquadradas no critério Unesco de editora: edição de pelo menos cinco
títulos/ano e produção de pelo menos cinco mil exemplares por ano.
Livrarias são os lugares que mais vendem livros; têm 62,70% do
mercado. E o segmento que mais cresce é o religioso (mais de 39% ao
ano). As vendas para o PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) crescem
27%. Na média, as compras pelo governo registram crescimento de quase
14%.
Esse mercado tão quente (foram publicados 55 mil títulos no Brasil em
2010) significa que o leitor brasileiro está lendo mais. O País tem
autores reconhecidos internacionalmente e uma cena literária interna bem
importante e efervescente. A Festa Literária de Paraty (RJ), a Jornada
Literária de Passo Fundo (RS), a Bienal do Livro (SP) e a Balada
Literária (SP) são grandes eventos que envolvem o mercado do livro.
O escritor brasileiro mais lido no mundo é Paulo Coelho, com mais de
100 milhões de livros vendidos. Dentro da literatura latino-americana,
há nomes comparáveis aos grandes Júlio Cortazar (Argentina) e Gabriel
García Marquez (Colômbia), como Machado de Assis, Mário Quintana, Carlos
Drummonde de Andrade, Mário de Andrade, Clarice Lispector, Vinícius de
Moraes, sem contar a cena alternativa contemporânea, os “novos
escritores brasileiros”, com nomes já bem difundidos como Marcelino
Freire, Xico Sá, Joca Reiners Terron e Índigo.
A crítica literária Raquel Cozer acha que o grande debate do momento
são os livros digitais, e para onde eles empurram o mercado e o gosto
dos leitores. Ainda não há números para se basear, mas não há dúvida de
que os leitores de e-books se tornarão mais e mais presentes, com
leitores eletrônicos e tablets.
“No processo evolutivo do cenário editorial as primeiras classes em
risco de extinção são os livreiros e distribuidores”, afirma Cozer. Os
intermediários tendem a ser engolidos nesse novo cenário. “Meu coração
de leitora, fetichista por estantes, espera que as lojas físicas durem.
Que virem polos culturais, com pequenas apresentações e leituras de
autores entre ilhas de livros, como especulou dia desses um editor.”
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