sábado, 4 de junho de 2011

Professores não aceitam proposta do governo

Professores não aceitam proposta do governo



Ricardo Araújo
repórter

Avanços e retrocessos. É desta forma que os servidores estaduais em greve descrevem as atitudes do Governo Estadual em relação às negociações com os grevistas. O Governo destaca os avanços, apresentando datas para implantação dos planos e pagamento de gratificações. Já os trabalhadores afirmam que as audiências com representantes do Executivo Estadual não os convencem do esforço em finalizar a paralisação das classes. Educação, Polícia Civil, funcionários da Fundação José Augusto, Detran e Jucern não recuaram diante das investidas apresentadas pelo Governo e mantiveram o movimento.

"Infelizmente, a reunião realizada na quinta-feira passada com o Governo não progrediu em nada. Nenhum dos nossos pontos de pauta foram atendidos", destacou a diretora jurídica do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Renata Pimenta. Apesar da categoria ter mantido a paralisação, ela afirma que estão abertos ao diálogo e desejam retornar ao trabalho o mais breve possível. "As delegacias estão fechadas em todo o estado, os crimes não estão sendo investigados. Nós não queremos isso", destacou.

Até que o Governo Estadual não sinalize para o atendimento às reivindicações dos policiais – cumprimento da Lei 417/2010 que discorre sobre as promoções verticais e horizontais e convocação dos aprovados no último concurso – o trabalho não será retomado. As categorias que mantiveram a greve afirmam em uníssono que o governo está sendo intransigente.

Mesmo diante de análises da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acerca da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a qual abre uma brecha para a implantação dos planos dos policiais para o cumprimento de uma legislação existente, as negociações não avançam entre as partes. Para o diretor do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), Santino Arruda, não há mais desculpas aceitáveis.

A ausência de propostas exequíveis pelo Estado a curto prazo, impossibilita a retomada dos trabalhos pelos funcionários da Fundação José Augusto, Detran e Junta Comercial. "Nós não aceitamos a desculpa que o Governo deu para não pagar os planos", destacou Santino Arruda.  De acordo com ele, o relatório de execução financeira do Estado aponta um superávit de R$ 400 milhões nas finanças. "Que governo é esse? Seis meses depois e a situação está deplorável", afirmou Santino.

Há um mês de braços cruzados, os professores da rede estadual de educação decidiram, em assembleia realizada na tarde de ontem, por não aceitar a proposta apresentada pelo secretário estadual de Administração, Anselmo Carvalho, e pela secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho.  O Governo pagaria imediatamente o Piso Nacional, no qual nenhum profissional do magistério receberia menos de R$ 890 por uma jornada semanal de trabalho de 30 horas.

O escalonamento do Piso Nacional no atual Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) seria parcelado em quatro vezes, a começar no mês de setembro e concluído em dezembro. "Fico muito surpresa com o resultado dessa assembleia. Dessa maneira, fica difícil avançar nas negociações", admitiu Betânia Ramalho.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE.

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