Festival de artes cênicas leva peças de dez estados brasileiros para São Paulo
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma peça apresentada gratuitamente, na hora do almoço, na Praça da Liberdade, em São Paulo, atraiu centenas de curiosos durante esta semana e levou muitos deles às lágrimas ao cantar sobre a saudade. Montada pelo grupo sergipano Imbuaça, com inspiração na cultura nordestina popular, o espetáculo O mundo tá virado, tá no vai ou não vai, uma banda pendurada, a outra em breve cai abriu na última terça-feira (2) o Festival Sesc Palco Giratório, que será realizado em São Paulo e algumas cidades do interior do estado até o dia 28 de agosto.
“Tratam-se de três histórias que estão intercaladas. Uma delas é a história de um mestre de samba de coco, que sai com suas meninas para se apresentar em um determinado local da cidade. Aí ele se depara com a fateira, que está vendendo as vísceras de seu carneiro e um fiscal, que vai cobrar o imposto do espaço”, contou Lindolfo Amaral, um dos componentes do Imbuaça, de Aracaju, grupo que trabalha com teatro de rua há 34 anos, geralmente focado na cultura popular nordestina. “Danças e músicas dramáticas e literatura de cordel constroem a nossa dramaturgia”, destacou Amaral.
Na última quinta-feira (4), Sueli Bertelli estava passando por acaso na Praça da Liberdade quando se deparou com a apresentação do grupo. Parou para assistir e deixou o local bastante emocionada. “Achei interessante o trabalho deles em se voltar para o cotidiano do nordestino”, disse. Para ela, esse tipo de apresentação, feito na rua, deveria existir sempre. “O povo precisa de cultura. É uma reflexão para cada um.”
As três histórias, em tom jocoso, procuram gerar reflexões no público sobre temas como o consumismo, a luta pela sobrevivência e a esperteza do ser humano. “Eles [os atores] conseguiram me remeter a muita coisa durante a peça, mas o final dela, sobre a saudade, foi o que mais me chamou a atenção. Eles falaram sobre tudo o que o Brasil está passando e sofrendo no dia a dia como vendas, impostos, chão de feira, criança pedindo na rua, pessoas fazendo crianças trabalharem. É o dia a dia”, disse Cristiane de Oliveira, que também chegou ao local por acaso e sentou no chão para assistir à peça.
“Podiam fazer todas as semanas ou todos os dias. Podiam trazer um palco ou companhia diferentes. O povo brasileiro está precisando de um pouco mais de cultura”, ressaltou Cristiane, em entrevista à Agência Brasil.
O Festival Sesc Palco Giratório vai apresentar, em diferentes locais de São Paulo, 18 espetáculos de 15 companhias teatrais de dez estados brasileiros. Os espetáculos de dança, circo e teatro ocorrem em várias unidades do Sesc instaladas na capital, em Osasco, Santos, Campinas, Santo André e São Caetano, mas há também espetáculos, como o do grupo Imbuaça, que são realizados em espaços abertos ou praças. Todas as apresentações são seguidas de um bate-papo com o grupo.
“Esse projeto é realizado pelo Sesc há 14 anos e pode ser considerado o maior festival de artes cênicas do país, não pela quantidade de espetáculos, mas pela abrangência, passando por todos os estados do Brasil. A programação em São Paulo acontece em agosto”, explicou Sidnei Martins, assistente da gerência de ação cultural do Sesc.
Segundo Martins, o festival possibilita que trabalhos conhecidos em determinadas regiões do país alcancem um público maior. “É um trabalho que tem como prerrogativa básica a descentralização dos mecanismos de circulação e de produção artística, o intercâmbio entre os próprios artistas e entre os artistas e o público e a tentativa de oferecer espetáculos a preços acessíveis ou gratuitos”, disse Martins.
“É muito importante participar de um projeto como esse porque nos deparamos com a diversidade cultural brasileira. Isso é enriquecedor e nos faz conhecer também outras experiências”, destacou Amaral.
Os espetáculos realizados nas unidades do Sesc são a preços populares (de R$ 1 a R$ 8). A programação está disponível no site www.sescsp.org.br ou em folhetos que são distribuídos nas unidades do Sesc.
Edição: Lílian Beraldo
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma peça apresentada gratuitamente, na hora do almoço, na Praça da Liberdade, em São Paulo, atraiu centenas de curiosos durante esta semana e levou muitos deles às lágrimas ao cantar sobre a saudade. Montada pelo grupo sergipano Imbuaça, com inspiração na cultura nordestina popular, o espetáculo O mundo tá virado, tá no vai ou não vai, uma banda pendurada, a outra em breve cai abriu na última terça-feira (2) o Festival Sesc Palco Giratório, que será realizado em São Paulo e algumas cidades do interior do estado até o dia 28 de agosto.
“Tratam-se de três histórias que estão intercaladas. Uma delas é a história de um mestre de samba de coco, que sai com suas meninas para se apresentar em um determinado local da cidade. Aí ele se depara com a fateira, que está vendendo as vísceras de seu carneiro e um fiscal, que vai cobrar o imposto do espaço”, contou Lindolfo Amaral, um dos componentes do Imbuaça, de Aracaju, grupo que trabalha com teatro de rua há 34 anos, geralmente focado na cultura popular nordestina. “Danças e músicas dramáticas e literatura de cordel constroem a nossa dramaturgia”, destacou Amaral.
Na última quinta-feira (4), Sueli Bertelli estava passando por acaso na Praça da Liberdade quando se deparou com a apresentação do grupo. Parou para assistir e deixou o local bastante emocionada. “Achei interessante o trabalho deles em se voltar para o cotidiano do nordestino”, disse. Para ela, esse tipo de apresentação, feito na rua, deveria existir sempre. “O povo precisa de cultura. É uma reflexão para cada um.”
As três histórias, em tom jocoso, procuram gerar reflexões no público sobre temas como o consumismo, a luta pela sobrevivência e a esperteza do ser humano. “Eles [os atores] conseguiram me remeter a muita coisa durante a peça, mas o final dela, sobre a saudade, foi o que mais me chamou a atenção. Eles falaram sobre tudo o que o Brasil está passando e sofrendo no dia a dia como vendas, impostos, chão de feira, criança pedindo na rua, pessoas fazendo crianças trabalharem. É o dia a dia”, disse Cristiane de Oliveira, que também chegou ao local por acaso e sentou no chão para assistir à peça.
“Podiam fazer todas as semanas ou todos os dias. Podiam trazer um palco ou companhia diferentes. O povo brasileiro está precisando de um pouco mais de cultura”, ressaltou Cristiane, em entrevista à Agência Brasil.
O Festival Sesc Palco Giratório vai apresentar, em diferentes locais de São Paulo, 18 espetáculos de 15 companhias teatrais de dez estados brasileiros. Os espetáculos de dança, circo e teatro ocorrem em várias unidades do Sesc instaladas na capital, em Osasco, Santos, Campinas, Santo André e São Caetano, mas há também espetáculos, como o do grupo Imbuaça, que são realizados em espaços abertos ou praças. Todas as apresentações são seguidas de um bate-papo com o grupo.
“Esse projeto é realizado pelo Sesc há 14 anos e pode ser considerado o maior festival de artes cênicas do país, não pela quantidade de espetáculos, mas pela abrangência, passando por todos os estados do Brasil. A programação em São Paulo acontece em agosto”, explicou Sidnei Martins, assistente da gerência de ação cultural do Sesc.
Segundo Martins, o festival possibilita que trabalhos conhecidos em determinadas regiões do país alcancem um público maior. “É um trabalho que tem como prerrogativa básica a descentralização dos mecanismos de circulação e de produção artística, o intercâmbio entre os próprios artistas e entre os artistas e o público e a tentativa de oferecer espetáculos a preços acessíveis ou gratuitos”, disse Martins.
“É muito importante participar de um projeto como esse porque nos deparamos com a diversidade cultural brasileira. Isso é enriquecedor e nos faz conhecer também outras experiências”, destacou Amaral.
Os espetáculos realizados nas unidades do Sesc são a preços populares (de R$ 1 a R$ 8). A programação está disponível no site www.sescsp.org.br ou em folhetos que são distribuídos nas unidades do Sesc.
Edição: Lílian Beraldo
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.
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