O Ideb é calculado a partir da taxa de aprovação e do desempenho dos alunos na Prova Brasil, avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) a cada dois anos. Com base nessas informações, são atribuídas notas para cada escola pública do país, assim como para as redes de ensino e para os municípios e os estados. Cada escola, prefeitura e governo estadual tem uma meta que deve ser atingida de dois em dois anos.
O indicador atribui uma nota diferente para três etapas da educação
básica: anos iniciais do ensino fundamental (1° ao 5º ano), anos finais
do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e ensino médio. Se nos anos
iniciais houve crescimento de 0,4 ponto, nos anos finais a melhora é
mais lenta – a nota passou de 4 pontos em 2009 para 4,1 em 2011. No caso
do ensino médio, a situação é mais grave: na média nacional, a meta de
3,7 pontos foi atingida, mas nove estados pioraram seu desempenho em
relação a 2009.
Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila
Cruz, os resultados dos anos iniciais do ensino fundamental devem ser
comemorados. “A gente está acertando a mão. Já sabemos o que fazer [para
melhorar a aprendizagem], o que precisamos é intensificar as ações. Já
[a fase final do] ensino fundamental é o nó invisível, existem poucas
políticas voltadas para essa etapa. E no ensino médio está a crise, não
conseguimos evoluir”, aponta.
O objetivo do Ideb é fomentar a melhoria da qualidade do ensino para
que o país atinja a nota 6 para as séries iniciais do ensino fundamental
até 2022, bicentenário da Independência. Em 2005, o Ideb aferido para
os anos iniciais foi 3,8. Em 2007, subiu para 4,2, em 2009, para 4,6, e
agora chegou aos 5 pontos. Em todas as edições, as médias nacionais
superaram as metas estabelecidas para o período.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Márcio
Costa avalia que os resultados devem ser analisados com cautela. “Eu não
asseguraria que esse resultado quer dizer necessariamente que há uma
melhoria na qualidade da educação”, diz. O pesquisador aponta que os
resultados em educação muitas vezes estão conectados a fatores externos à
escola, como a condição social dos alunos.“Um dos fatores mais associados ao desempenho escolar é o nível socioeconômico da população. Com a melhoria de renda que o país vive, é esperado que isso tenha um reflexo na educação, portanto o resultado não necessariamente é fruto da política educacional. Em educação, tudo é um conjunto complexo de fatores”, destaca.
Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os resultados precisam ser comemorados. “Quero parabenizar os professores do Brasil que permitiram no seu trabalho cotidiano que o Brasil alcançasse esse resultado”, disse.
O ministro citou três fatores como explicação para a melhoria do Ideb nos anos iniciais. O primeiro seria o ensino fundamental de nove anos, modelo que começou a ser implantado em 2007 e antecipou a entrada das crianças no ensino fundamental dos 7 para os 6 anos de idade. Os outros seriam o aumento dos investimentos em educação e das matrículas na educação infantil. “Outro fator importante é o fortalecimento da cultura da avaliação. Quando você mede e estabelece metas o sistema se move, você estabelece uma perspectiva de melhora e uma ambição de futuro.”
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.
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