segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Movimentos sociais condenam manobra do governo para atrasar Plano Nacional de Educação

Quinze entidades ligadas à educação, incluindo o Ministério da Educação, assinaram um documento condenando a manobra do governo federal de atrasar ainda mais o Plano Nacional de Educação (PNE).
Conforme noticiou o jornal Valor Econômico na quinta-feira, dia 9, o governo mandou os líderes do governo e do PT na Câmara entrarem com um recurso contra a aprovação do PNE pela Comissão Especial e levar a questão para o plenário, onde a matéria deverá ser votada antes de seguir para o Senado. Como isso, a expectativa é que o PNE seja aprovado apenas em 2013.
O repórter Caio Junqueira informa que a preocupação do governo é o artigo que estabelece um investimento de 10% do PIB em educação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já afirmou que este valor poderá quebrar o Brasil.
A 6ª Nota Pública do Fórum Nacional de Educação – assinada por quatro secretarias do MEC – diz que “o recurso comprometerá a urgente aprovação do PNE em 2012, prejudicando a elaboração e adequação dos planos de educação em âmbito estadual, distrital e municipal”.
A Agência Brasil informa que o recurso já conta com a assinatura de 122 parlamentares – o mínimo para que o requerimento seja apreciado são 51 deputados. Caso o recurso seja aprovado, todos os 513 deputados deverão analisar e votar o projeto antes que ele possa seguir para o Senado.
A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, comandada por Ideli Salvati, questiona que o PNE não aponta de onde virão os recursos para cumprir a meta de 10% do PIB.
Além do Fórum, também divulgaram notas contra o governo a União Nacional do Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
A Undime alerta que “o texto que seguir para o Senado poderá ter tantas modificações que as conquistas contidas naquele que foi aprovado na Comissão Especial se perderão pelo caminho”.
A entidade que congrega os secretários municipais de educação afirma que divulgará “os nomes dos deputados que assinarem algum recurso protelando por tempo indeterminado a tramitação do PNE e prejudicando a educação pública brasileira”.
A CNTE destaca que um Sistema Nacional de Educação deverá indicar as fontes de novos recursos da educação, como os royalties do petróleo. E faz um alerta ao governo. “No tocante aos 10% do PIB, a questão é mais espinhosa, pois o governo estaria indo contra a posição histórica” do PT, “que conduziu o primeiro operário e a primeira mulher trabalhadora ao cargo de Presidente da República”.
O coordenador da Campanha, Daniel Cara, disse à agência de notícias do governo federal que “a maior parte dos deputados assinaram sem conhecer a matéria, isso é uma irresponsabilidade comum no Congresso Nacional”.
Ele avisou que “aqueles que mantiverem o apoio ao recurso terão seus nomes divulgados como parlamentares que protelaram a aprovação de um projeto que foi discutido por todos os partidos e aprovado por unanimidade.
FONTE: UNDIME.

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