Quinze entidades ligadas à educação,
incluindo o Ministério da Educação, assinaram um documento condenando a
manobra do governo federal de atrasar ainda mais o Plano Nacional de
Educação (PNE).
Conforme noticiou o jornal Valor
Econômico na quinta-feira, dia 9, o governo mandou os líderes do governo
e do PT na Câmara entrarem com um recurso contra a aprovação do PNE
pela Comissão Especial e levar a questão para o plenário, onde a matéria
deverá ser votada antes de seguir para o Senado. Como isso, a
expectativa é que o PNE seja aprovado apenas em 2013.
O repórter Caio Junqueira informa que a
preocupação do governo é o artigo que estabelece um investimento de 10%
do PIB em educação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já afirmou que
este valor poderá quebrar o Brasil.
A 6ª Nota Pública do Fórum Nacional de
Educação – assinada por quatro secretarias do MEC – diz que “o recurso
comprometerá a urgente aprovação do PNE em 2012, prejudicando a
elaboração e adequação dos planos de educação em âmbito estadual,
distrital e municipal”.
A Agência Brasil informa que o recurso
já conta com a assinatura de 122 parlamentares – o mínimo para que o
requerimento seja apreciado são 51 deputados. Caso o recurso seja
aprovado, todos os 513 deputados deverão analisar e votar o projeto
antes que ele possa seguir para o Senado.
A Secretaria de Relações Institucionais
(SRI) da Presidência da República, comandada por Ideli Salvati,
questiona que o PNE não aponta de onde virão os recursos para cumprir a
meta de 10% do PIB.
Além do Fórum, também divulgaram notas contra o governo a União Nacional do Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
A Undime alerta que “o texto que seguir
para o Senado poderá ter tantas modificações que as conquistas contidas
naquele que foi aprovado na Comissão Especial se perderão pelo caminho”.
A entidade que congrega os secretários
municipais de educação afirma que divulgará “os nomes dos deputados que
assinarem algum recurso protelando por tempo indeterminado a tramitação
do PNE e prejudicando a educação pública brasileira”.
A CNTE destaca que um Sistema Nacional
de Educação deverá indicar as fontes de novos recursos da educação, como
os royalties do petróleo. E faz um alerta ao governo. “No tocante aos
10% do PIB, a questão é mais espinhosa, pois o governo estaria indo
contra a posição histórica” do PT, “que conduziu o primeiro operário e a
primeira mulher trabalhadora ao cargo de Presidente da República”.
O coordenador da Campanha, Daniel Cara,
disse à agência de notícias do governo federal que “a maior parte dos
deputados assinaram sem conhecer a matéria, isso é uma
irresponsabilidade comum no Congresso Nacional”.
Ele avisou que “aqueles que mantiverem o
apoio ao recurso terão seus nomes divulgados como parlamentares que
protelaram a aprovação de um projeto que foi discutido por todos os
partidos e aprovado por unanimidade.
FONTE: UNDIME.
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