Rio de Janeiro – O setor de petróleo e gás deve continuar abrindo
novos empregos no Brasil a cada ano, seja por meio de concursos públicos
da Petrobras ou nas empresas privadas que vão participar dos projetos
na camada do pré-sal, como avalia o presidente do Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho
Guerreiro.
“A perspectiva é que, somando os setores público e privado, a gente
deve ter pelo menos 2 mil a 3 mil empregos nos próximos dois anos a três
anos na área tecnológica, que envolve engenheiros e geólogos.” Segundo
Guerreiro, a maior parte da mão de obra para atender à demanda do
pré-sal será encontrada dentro do próprio país, “porque aumentou muito o
ritmo de formação de engenheiros.”
Até uma década atrás o nível de abandono em profissões da área
tecnológica era elevado, sobretudo da engenharia. “Chegava a 50% e, em
casos extremos, até 60% ou mais." Agora, como as perspectivas em relação
ao futuro são boas, sinalizando bons empregos e salários, o índice de
evasão caiu para 20% ou 25%, que é o de países de primeiro mundo,
explicou Guerreiro.
Já para o professor do Departamento de Engenharia de Minas e de
Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP),
Ricardo Cabral de Azevedo, o número de profissionais necessários para
atender aos projetos do pré-sal é elevado e exigirá a importação de mão
de obra estrangeira.
“Está tendo um verdadeiro apagão de profissionais da área, devido à
demanda muito grande.” O curso de engenharia de petróleo da Poli-USP
está quintuplicando o número de vagas este ano. “E mesmo assim a gente
sabe que não vai conseguir atender ao mercado”, disse Azevedo.
Embora não exista um estudo em relação à demanda de mão de obra para a
área de petróleo e gás, os alunos que estão se formando têm propostas
de emprego antes de terminarem a graduação, segundo o coordenador do
curso de Petróleo e Gás da Universidade Federal Fluminense (UFF),
Geraldo Ferreira.
Várias empresas do setor estão procurando estreitar contatos com as
universidades para, por meio de convênios, terem acesso mais rápido e
facilitado à mão de obra que está se formando. “Isso para a área de
petróleo em geral. E, como o pré-sal a gente ainda está estudando,
ampliando, eu acho que a demanda vai ser cada vez maior”, disse
Ferreira.
Sarah Tabosa Henrique, aluna do curso de engenharia de petróleo da
UFF, disse que ao prestar vestibular sua ideia era encontrar um curso
que fosse do seu interesse e que, ao mesmo tempo, garantisse um bom
emprego ao se formar.
“Sabemos que há demanda por profissionais e que eles têm remunerações e
planos de carreira muito bons. Ainda faltam dois anos pra eu me
formar, mas não estou com pressa. Tenho muito o que aprender, tanto na
faculdade como no estágio, e ainda pretendo publicar artigos e
apresentá-los em congressos internacionais. É um ramo muito técnico e
todo o conhecimento agregado é importante.”
Do mesmo modo, Raphael Huber optou pelo curso de engenharia na UFF, em
2006. “Sabia que o petróleo era uma área promissora para engenheiros.
Portanto, a opção parecia boa.” Já formado, trabalha em Aracaju (SE) e
acredita que o pré-sal, no momento, representa um enorme desafio.
Edição: Andréa Quintiere
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.
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