Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro - Bom relacionamento entre os
pais e a escola, o incentivo à leitura, baixa rotatividade no quadro de
funcionários e aulas de reforço são pontos em comum entre as três
escolas públicas municipais com as notas mais altas no Índice de
Desenvolvimento da Educação (Ideb), divulgado hoje (14) pelo Ministério
da Educação.
No
Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Glauber Rocha, na zona
norte do Rio de Janeiro, um livro na mão, uma ideia na cabeça é a
filosofia. Com nota 8,5 (em uma escala de 0 a 10), a escola tem cerca de
550 estudantes da pré-escola ao 5º ano. Apesar das turmas cheias, a
avaliação dos professores e funcionários é que o resultado reflete os
pilares do projeto pedagógico: "leitura, reforço e família".
Situada em um bairro com alguns dos piores índices socioeconômicos
da capital fluminense, a diretora Ioliris Paes, que comanda o centro há
15 anos, conta que já precisou resgatar panelas roubadas em um ferro
velho. "Um pai me contou onde estavam e eu fui buscar", revelou sobre o
episódio, em 2002, o último de uma série de saques à escola em 25 anos.
Com a abertura da unidade escolar à comunidade, horário integral,
dedicação exclusiva de 80% dos professores, contratação de estagiários
para aulas de reforço e 5 mil títulos na biblioteca que podem ser
emprestados aos alunos e suas famílias, o colégio Glauber Rocha
coleciona resultados positivos. Em 2009, no último Ideb, conseguiu nota
6,7, antecipando a meta prevista para 2021.
O incentivo à leitura e a pouca troca de funcionários também é a
receita de sucesso da Escola Municipal Carmélia Dramis Malaguti, de Itaú
de Minas (MG), que tirou a nota mais alta no Ideb: 8,6. À frente de 250
alunos da educação infantil ao 5ª ano, a maioria de classe média, a
diretora Maria Flávia de Oliveira diz que os colaboradores "tem um
espírito de pertencimento."
O entrosamento da escola com a família, além da formação continuada
dos professores, asseguram o bom desempenho do colégio no Ideb "O
município tem um compromisso com a formação continuada do professor e
isso é fundamental", destaca Maria Flávia.
Empatada com a escola de Minas Gerais, está a Escola Municipal Santa
Rita de Cássia, de Foz do Iguaçu (PR), que também investe na
valorização dos funcionários. "Nosso diferencial é o trabalho conjunto",
disse a diretora Shirlei Carvalho. Lá, aulas de reforço também ajudam a
corrigir deficiências no aprendizado dos alunos, assim como na escola
Glauber Rocha, no Rio.
A escola do Paraná - com aproximadamente 200 alunos sendo, no
máximo, 30 por sala de aula - também colhe os frutos da aposta no
atendimento individualizado e no envolvimento da família com o ambiente
escolar. "Procuramos trazer os pais para dentro do espaço escolar,
inclusive levando-os em passeios culturais com seus filhos, porque
sabemos que a participação deles é fundamental", diz a diretora.
A unidade não tem uma biblioteca, mas dribla o problema oferecendo
um conjunto de obras literárias infanto-juvenis na própria sala de aula e
fazendo um "trabalho de base" desde a pré-escola. Atividades ao ar
livre e culturais são outras formas usadas para conseguir atenção dos
estudantes.
Edição: Carolina Pimentel
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.
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