A presidenta Dilma Rousseff deve
assinar, durante a Rio + 20, decreto que institui o Brasil
Agroecológico, informou o Ministério do Desenvolvimento Social. O
objetivo é criar uma política nacional de agroecologia e produção
orgânica por meio da oferta de alimentos saudáveis à população,
respeitando o desenvolvimento rural sustentável e os recursos naturais.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, a medida deve
beneficiar 200 mil famílias que desenvolvem atividade de produção
agrícola orgânica e de base agroecológica. Esse tipo de manejo da terra
leva em consideração o uso racional dos recursos naturais e
socioeconômicos, o respeito à autonomia e a integridade sociocultural e
produtiva das comunidades rurais.A proposta do Brasil Agroecológico é construída a partir de seis eixos: produção; consumo; uso e conservação dos recursos naturais; conhecimento, pesquisa e inovação; marco regulatório e instrumentos; e gênero e geração.
Entre as metas para cada eixo, tem destaque a ampliação, até 2014, de 2% para 15% da participação dos produtos orgânicos comprados pelo governo federal, e investimento de R$ 300 milhões, nos próximo dois anos e meio, em chamadas de assistência técnica e extensão rural (Ater) para as 200 mil famílias já identificadas com a produção orgânica e de base agroecológica.
Além disso, o Brasil Agroecológico pretende ampliar de 300 para 600 os bancos e casas de sementes comunitárias e familiares; promover a formação profissional de 50 mil agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, jovens e mulheres; e 7 mil técnicos e tecnólogos capacitados em agroecologia e produção orgânica.
A proposta da política prevê ainda a criação do Conselho Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, instância consultiva composta por um terço de membros governamentais e dois terços de representantes da sociedade civil organizada e vinculado à Secretaria-Geral da Presidência da República.
Para a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Maya Takagi, a proposta significa o amadurecimento do diálogo entre governo e sociedade civil e entre as políticas públicas. “O plano nacional de segurança alimentar e nutricional orienta as metas estabelecidas no Brasil Agroecológico. Com isso, enxergamos a interseção entre as políticas, e não sua sobreposição”, defendeu Maya.
Na mesma linha, a presidenta do Consea, Maria Emília Pacheco, destacou que o debate sobre o Brasil Agroecológico representa um ganho significativo para o país. “Este é um momento de aprendizado político, que expressa conquistas no campo da ciência e para os movimentos sociais.”
O representante do Núcleo Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia, Eugênio Ferrari, observou que a política deve representar uma efetiva mudança no modelo de desenvolvimento rural, segundo ele “concentrador de renda e dos fatores de produção, sobretudo a terra”.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social
Nenhum comentário:
Postar um comentário