Leia o discurso da sindicalista:
Atheneu Norte Riograndense: 178 anos fazendo Educação
Por: Fátima Cardoso
Controvérsias. Assim é a história do Atheneu Norte Riograndense. Sua pedra fundamental em Latim. Seus registros em antigos livros se perderam no tempo ou deixaram de existir. Mas sua memória na terra do sol permanece na tradução Portuguesa de seu marco. A grande briga da literatura. Quem veio primeiro, o Liceu Paraibano ou a Atheneu-Liceu do RN? A história não diz mas o Liceu Paraibano foi fundado em 1836. Anos depois o liceu do RN, recebe o nome de Atheneu, mas foi fundado em 1834. A maior controvérsia é o liceu do Rio de Janeiro hoje Colégio Pedro II, cujos registros históricos o colocam como sendo o primeiro Liceu. Há quem conteste e afirme que o Liceu Norte-rio-grandense foi o primeiro a ser construído pela província do RN.
Foi por Ato Adicional à constituição do Império de 1834 que as províncias ficaram encarregadas de prover o ensino público e gratuito. A expansão do ensino se dava no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais com o ensino primário. O ensino secundário era ministrado pelos Liceus, onde cada província criava um. Quem foram os primeiros regentes do Liceu Norte-rio-Grandense? Isso deve ser objeto de busca para resgatar a vida e a tradição deste patrimônio que não é apenas do RN, é do Brasil. Talvez o registro de sua história não exista mais. Os maus tratos públicos devem ter corroído este patrimônio que as gerações precisam conhecer.
A literatura que conheço não trata do nosso Atheneu. É preciso colocar lentes na história. Nos seus 178 anos é dever desta cidade, dos poderes constituídos - Governo, Assembleia Legislativa, voltarem seu olhar à história e buscar ornamentá-la, restituindo a este estado o direito de habilitar o diploma legítimo a esta casa de educação como o primeiro Liceu das províncias e hoje Colégio Estadual do Atheneu Norte-rio-grandense.
Lendo uma matéria de um jornal de circulação estadual fiquei sabendo que a Faculdade de Direito de Natal em 1956 se instalou numa sala do Atheneu. Onde está a história do Atheneu? Nos seus 150 anos pude viver e compartilhar da festa com Neide Cardoso, e toda comunidade escolar. Comemorações e alusões aos grandes personagens de sua história. História que também trouxe no seu conteúdo um efeito político e ideológico.
Quando comecei a trabalhar no Atheneu era ainda a época da ditadura militar. O Centro Cívico era tutelado. Mas de lá saíram novos interlocutores da militância política através do movimento estudantil. nas quintas-feiras a bandeira do Brasil era hasteada e os/as alunos/as perfilavam-se para cantar o hino nacional. No combate a ditadura, numa quinta-feira se hasteou uma bandeira preta. As mordaças da ditadura foram retiradas com esse ato simbólico. Aprovei a ideia com os/as estudantes. Professora recém-formada, mas já militante das lutas estudantis e dos trabalhadores.
Atheneu ferido no seu processo pedagógico. Da riqueza dos seus laboratórios de Física, Química e Biologia, que num passe de mágica foram desaparecendo por irresponsabilidade do estado. De sua biblioteca marejada pelas goteiras e que num grotesco gesto de agressividade a natureza sem saber denuncia o sucateamento de um prédio que no mínimo deveria ser agraciado na sua manutenção.
Enquanto Sindicato, reivindicamos que seja formada uma comissão de trabalho de órgãos do Governo do estado, da Assembleia Legislativa, comunidade escolar do Atheneu e este Sindicato, com apoio logístico do Governo do Estado para preservar seu Marco, restaurando-o e criar o Museu do Atheneu Norte-rio-grandense
FONTE: PORTAL DO SINTE RN.
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